segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A Eleição e o Fracasso das Pesquisas

Vendo o resultado das Eleições fiquei curioso pra fazer uma comparação com os números das pesquisas de intenção de votos. Está achando que o erro era total de todos os institutos. Bom descobri que existem alguns acertos.

No Gráfico acima apresento uma comparação entre o resultado da Eleição (4/10) com a pesquisa de Boca de Urna do Ibope e as pesquisas até o dia 27. Nas bolinhas da esquerda está o resultado da Eleição para os top #3 (Dilma, Serra e Marina) e nas demais bolinhas o resultado das pesquisas. Vale lembrar que, na média, a margem de erro destas pesquisas é de 2%.

A análise que interessa aqui é a análise de previsão e nenhum instituto conseguiu fazer isto. Por candidato, Datafolha e Sensus acertam o total de votos que a Dilma recebeu. Para J. Serra, somente Ibope (Boca de Urna) chegou perto (como não sei se o 30 é 30.9 ou 30.0 vamos dizer que bateram na trave), todos os outros institutos falham. A pesquisa de Boca de Urna do Ibope também é a única a acertar o total de votos para Marina Silva. Resumindo, Ibope acertou (B.U.) o resultado dos adversários da situação e sobre-estima os votos para a candidata do presidente. Datafolha e Sensus acertam a proporção de votos para a candidata do PT mas erram, para baixo, as intenções de votos dos demais.

Bom, pra concluir, os institutos de pesquisa não são bons para prever resultados eleitorais. Ponto.

Mas, todavia, entretanto... qual a causa desta montanha de erros? Bom, não sou especialista no assunto. Nem vou ser. Mas estava lendo o questionário da pesquisa Datafolha, registrada hoje no TSE (4/10/2010 - protocolo 34924/2010) e fiquei admirado com a quantidade de perguntas gerais e pouco objetivas.

Três pontos do questionário me chamaram mais atenção:
  1. Poucas perguntas de consistência das respostas;
  2. Tamanho do questionário (eu não responderia!);
  3. No fim perguntam seu nome, renda, telefone e endereço (com ponto de referência e tudo mais)... depois de você dizer se está fazendo o que o chefe mandou ou não.
Lendo o questionário dá pra tirar umas conclusões de boteco. A primeira é que o Flu vai ser campeão. A segunda é que tem muita pergunta do momento... e nao sem preocupação com factibilidade do voto (se o elemento vai votar mesmo ou não, etc). Terceira conclusão... aquela pergunta do final... endereço... telefone... eu pediria pra responder tudo de novo!

Mais $$$$$$$$$ para o BNDES

Post interessante no Blog do Mansueto Almeida sobre mais dinheiro do Tesouro para o BNDES:

Aumento de IOF mais uma vez

Mais uma vez, depois de negar, o Governo Federal aumenta o IOF para investimentos estrangeiros em renda fixa. Nas palavras do Ministro da Fazenda há interesse crescente em investimentos no Brasil. Assim, "essa medida vai reforçar o que foi feito há um ano atrás [quando a alíquota do IOF para estrangeiros subiu de zero para 2% para bolsas de valores e renda fixa]. De lá para cá, houve uma certa estabilidade do real, entre R$ 1,70 e R$ 1,80. Mas achamos que o interesse está crescente", disse o ministro, citando o alto nível dos juros brasileiros atualmente em 10,75% ao ano. (http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/10/mantega-anuncia-alta-do-iof-da-renda-fixa.html).

Bom, depois do Tesouro Nacional preencher um cheque de 30 bilhões para o BNDES o governo está preocupado com o câmbio e com a taxa de juros. Se o Brasil continuar com esta relação de Banco comercial com o Tesouro Nacional a taxa real de juros vai subir e não o contrário.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Recuperação do PIB

Esta é a série do PIB trimestral encadeado (sem ajuste sazonal) divulgado hoje pelo IBGE. O novo número do PIB mostra a economia definitivamente fora da recessão. Entretanto, não há muito crescimento, pois o nível de atividade é o mesmo do período pré-crise.

O ajuste sazonal faz muito diferença. Com ajuste teríamos crescimento de 3.7% em relação ao nível pré-crise. Todavia, o ajuste sazonal utilizado pelo IBGE parece devolver a queda do produto durante 2009 para o período seguinte. Portanto, o número divulgado de crescimento trimestral de 2.7% parece ser super-estimado.

Bom, o IBGE está dizendo que é um resultado histórico, mas não acho que seja, pois estão comparando o ponto mais baixo da crise com a economia fora dela. Além disso, estamos crescendo no subsídio... Isso não dura pra sempre.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Recuperação da Atividade Econômica

Recuperação da atividade da indústria brasileira. Deixando a crise para trás...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Qual o tamanho da crise no Brasil?

Qual o tamanho da crise no Brasil? Nos EUA é maior em termos absolutos. Logo abaixo fiz um gráfico com PIB trimestral real (desazonalizado) do Brasil e dos Estados Unidos. Ambas as séries são oficiais. Estas estão expressas em números índices com a base no segundo trimestre de 2008.



Na outra figura, coloquei as mesmas séries acima, mas retirando a média de crescimento da economia americana. Nesta figura as séries começam um período antes de se ter retração na taxa de crescimento do produto.


As concluões são as seguintes:
  1. A profundidade relativa da crise é a mesma.
  2. O produto caiu relativamente mais do que o americano.
  3. Demorou mais a cair mas a queda foi mais acentuada.
  4. O Brasil parece ter uma recuperação mais rápida do que os Estados Unidos.
Obs: Não estou fazendo controle por população. O correto seria controlar pela população, mas num período tão curto a mudança populacional não deve afetar muito a análise.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Recessão Acabou?

Dia 11/09/09 o IBGE lançou uma nota com os dados preliminares do PIB do segundo trimestre de 2oo9. Entre outras coisas pode-se ler que o PIB apresentou crescimento positivo. Isso é bom. Anexando esta informação com o crescimento positivo de renda em outros mercados está sendo vendido que a crise acabou. Isso é bom.

O bom da divulgação destes dados do PIB é que a gente pode começar a fazer algumas análises com as séries brasileiras. Basicamente vou fazer algumas contas de elevador usando o PIB a preços de mercado, encadeado e desazonalizado (tal como obtido no site do SIDRA do IBGE).



Para fazer esta figura utilizamos o crescimento médio do PIB trimestral brasileiro entre 1996 e 2006 (usamos 1996 porque foi o dado mais antigo obtido no SIDRA). A taxa de crescimento médio do PIB foi de 0.68% por trimestre. Esta taxa não é ideal mas mostra pelo menos o desvio da média. Podemos tirar algumas poucas conclusões. Comparando com episódios recentes (pós-1994), a crise atual é a maior das recentes. Observamos também uma queda mais acentuada do produto. Portanto, ela é mais profunda do que os casos anteriores.

A crise acabou? Pode ser. O terceiro trimestre após um perído anterior pode marcar o piso de onde o PIB pode chegar. A recessão terminou? Ainda não. Ela termina quando tocar na linha de 100 no gráfico acima. Pode não demorar muito. Em geral produto que cai rápido pode crescer rápido. Mas dos episódios recentes, parece que a economia demorou muito tempo para retornar para a média de crescimento recente.

Um ponto que sempre ficamos em dúvida após uma crise é como a economia pode reagir. O histórico do Brasil desde os anos setenta é uma fraca recuperação. Para compararmos a eficiência da recuperação podemos comparar a variação do PIB trimestral contra a média de crescimento do PIB trimestral dos EUA (aqui usando uma série similar - índice encadeado, desazonalizado). A figura abaixo é a mesma anterior mas descontando o crescimento médio da economia americana entre 1996 e 2006.



A diferença desta figura para a anterior é a fraca recuperação da economia brasileira em comparação com a economia americana. Portanto, qual será a velocidade da recuperação da economia brasileira? Para tentar olhar para um foto um pouco mais ampla fiz uma figura com o PIB trimestral brasileiro e a média de crescimento 1996-2006 das economias brasileira e americana.

Nesta figura a gente mostra que mesmo o crescimento recente não tem sido espetacular. A linha vermelha é o PIB Brasileiro trimestral a preços de mercado, encadeado e desazonalizado. O que é interessante desta comparação é que a economia americana possui um crescimento regular. Se comparassemos com a China ou outro mercado emergente que cresce muito a distância seria maior. Portanto, um fato que quero observar após a recuperação econômica é qual será a média de crescimento da economia brasileira. Isto é, se ela sera abaixo ou maior-igual à fronteira tecnológica.