terça-feira, 4 de novembro de 2008

+ Problemas para a Recuperação

A aquisição do Unibanco pelo Itaú representa mais um ingrediente na recuperação que virá após a crise financeira. Por hora, o concentrado sistema financeiro brasileiro vai se tornar ainda menos competitivo. A criação do maior banco do Brasil deve reduzir a eficiência de um sistema financeiro não muito capaz de criar novos produtos e melhorar a alocação de capitais do país.

Além desta jogada dos banqueiros do Itaú e Unibanco, me parece que a aquisição será usada para justificar parte da MP da estatização bancária e a aquisição de outros bancos pelos bancos públicos (BB e CEF). De fato, o cenário posto é de aumento da ineficiência do sistema financeiro brasileiro. A única forma de melhoria de condição para os clientes e para a economia, dado esse movimento de concentração, seria a maior abertura do mercado bancário para instiuições do exterior... o que duvido que ocorra no governo Lula.

Outro ponto que me chama atenção é o de que a maioria dos analistas econômicos acha esta aquisição essencialmente BOA para a economia. Apenas quem chamou antenção sobre os pontos ruins da criação do grande banco foram orgãos controlados por ADVOGADOS (Procon e IDEC)! Realmente me surpreende a unamidade em torno desta operação. Em economia, um resultado básico sobre fusão e aquisição, que poderia ser questionado dependendo do caso, é o seguinte: maior poder de mercado leva a maior preço dos produtos, redução da oferta e ineficiência na alocação de recursos.

Falando sobre outro argumento, este colocado pelo presidente do Banco Central, é a fato de que essa operação torna o sistema financeiro mais sólido. Bom... se o Unibanco estiver mal das pernas esse argumento faz sentido. Se o Unibanco está "muito bem, obrigado" esse argumento do presidente do BC não faz sentido. A criação de um super-banco como esse somente traz maior risco sistêmico para o sistema financeiro. Apesar de terem mais ativos essa união serve como um seguro ainda maior para os banqueiros e uma faca na garganta para o contribuinte. Se antes eles sozinhos já eram grandes demais para quebrarem (2 big 2 fail), unidos eles não podem quebrar ou balançar. Deste modo, o consumidor e os contribuintes ficam cada vez mais reféns dos super-bancos sem existir melhora significativa do risco do sistema financeiro Brasileiro.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Subsídio para a Construção Civil

O governo está deixando de lado medidas de proteção do sistema para medidas de sustentação da atividade econômica. O Ministério da Fazenda informou quarta-feira, 29/10, que as empresas que atuam na construção civil residencial poderão contar com cerca de R$ 10 bilhões a mais em linhas de capital de giro -- 3 bilhões provenientes da Caixa Econômica Federal e os restantes de bancos privados.

Essas medias que o governo tem adotado de manter a economia na sua trajetória atual são perigosas pois tendem a sustentar empresas e negócios que talvez não sejam tão rentáveis durante o período de recuperação está por vir. Este tipo de medida pode manter a economia com uma fraca recuperação enquanto outras economias podem se recuperar mais rapidamente.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Medidas do Governo Fazem Aumentar os Riscos de Uma Crise Longa

A crise financeira que atingiu as bolsas mundias e as posições dos bancos eclodiu três semanas atrás, aproximadamente. Nas duas primeiras semanas as autoridades brasileiras tiveram uma postura razoável, que foi a de tentar proteger o sistema financeiro brasileiro de sofrer um choque de instabilidade e uma crise mais profunda devido a falta de crédito e doláres no mercado.
Neste sentido, a ação das duas primeiras semanas foi de tentar proteger o sistema financeiro. Houve uma preocupação com o risco sistêmico.

Todavia, na terceira semana de crise o governo deixa transparecer que a preocupação dele não é apenas com o risco sistêmico, mas sim com a desacelaração da economia. As medidas (MP) que concedem permissão para a Caixa Econômica Federal comprar participação acionária de construturas e o Banco do Brasil "investir" em financiamento automotivo em conjunto com as medidas para prover crédito aos exportadores sinaliza que o governo amarra um pacote para tentar segurar o crescimento da economia brasileira. Isto pode sair muito caro.

O governo sabe que o crescimento recente do PIB está pautada no crescimento do crédito interno para construção civil, veículos, etc e no volume de exportação. Logo, esta mudança de alvo do risco sistêmico pode indicar que o governo deseja sustentar o crescimento recente da economia com dinheiro público. Este passo eu considero extramamente arriscado, pois se a economia não se reajustar frente a nova disposição da reorganização dos negócios após a crise corremos o sério risco de ter uma crise em forma de L ao invés de ter um crise em forma de U.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Economia Brasileira Passou do Pico de Expansão


A economia brasileira passou do seu pico de expansão. O segundo trimestre de 2007 foi o ponto de maior variação até agora do ciclo atual. Com o cenário de recessão internacional e maxi-desvalorização cambial a taxa de variação do PIB e do consumo devem cair significativamente.

Volatilidade do Ciclo Brasileiro


O ciclo econômico brasileiro não experimenta um decréscimo de volatilidade como experimentado pelas economias desenvolvidas. As crises internacionais e a precariedade das instituições domésticas ainda tornam a atividade econômica muito instável no Brasil. Acima tem uma Figura do ciclo econômico brasileiro de 1980 ao segundo trimestre de 2008 extraído pelo filtro Band-Pass de Marianne Baxter e Robert King.